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Inflação e mais inflação! Evolução dos mercados financeiros.

Numa economia de mercado, os preços dos bens e serviços estão sujeitos a variações. Alguns preços sobem, outros descem. A inflação ocorre quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços, não apenas de artigos específicos. De uma forma geral, significa que, com 1 euro, se compra menos hoje do que ontem. Por outras palavras, a inflação reduz o valor da moeda ao longo do tempo. E isto, pode ser, muito preocupante!


A estabilidade de preços é um dos melhores contributos que a política monetária pode dar para o crescimento económico. Está é uma afirmação que está em todos os mandatos dos Bancos Centrais.


Antes da pandemia a maioria dos bancos centrais pretendia, e lutava, pelo aumento da inflação. Esta era baixa, deflação em algumas zonas económicas. Os Bancos Centrais, e a economia, precisavam, e queriam, inflação.


A pandemia implicou, de forma generalizada, a descida das taxas de juro de referência pela maior parte dos bancos centrais para níveis próximos de zero. Em muitos casos, como a zona euro, a taxa de juro de referência já estava em 0% desde março de 2016.


Devido à pandemia, desde março de 2020 os bancos centrais injetaram triliões de euros, dólares, etc. na economia. As taxas de juro mantiveram-se em níveis de 0% ou muito próximo.


E quais foram os efeitos nos mercados?


Conforme podemos observar no gráfico seguinte, após as quedas significativas, provocadas pela pandemia (aproximadamente 35% em média nos principais índices bolsistas), entre meados de fevereiro e 23/03/2020 (mesmo dia para ambos os índices dos EUA) tivemos variações positivas muito significativas em todos os índices.



Onde andou a maior parte dos investidores neste período de tempo? As taxas de juro de depósitos a prazo aumentaram com uma taxa real negativa.


Os índices S&P500 e Dow Jones registaram máximos históricos no início de 2022. O índice Nasdaq e o DAX registaram máximos históricos no fim de 2021.


Porém, conforme pode observar no gráfico seguinte, desde março de 2021 que a inflação nos EUA supera os 2%. Durante grande parte deste processo Jerome Powell, presidente da FED, referia que a inflação era transitória.



A verdade é que em janeiro de 2022, nos EUA, a inflação disparou para 7,5%, o valor mais elevado em 40 anos. Na zona euro verifica-se uma inflação de 5,1%. Em Portugal a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 3,3%, taxa superior em 0,6 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior. No gráfico seguinte podemos observar as taxas de inflação atuais.



Os preços do petróleo continuam acima dos 90 dólares por barril nos mercados internacionais.


Após os mínimos de abril de 2020, provocados pela diminuição da procura, assistiu-se à diminuição da produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados (OPEP+).


Posteriormente, a procura voltou a aumentar e a cotação do petróleo tem vindo a aumentar. A OPEP+ ainda não repôs completamente os níveis de produção pré-pandémicos.



Mas não é só o petróleo em alta. O preço do gás natural também está elevado, quando a Europa está em pleno inverno, o que propicia mais consumo para aquecimento.


E depois?


A inflação tornou-se uma dor de cabeça tanto na zona euro como nos Estados Unidos. A escalada dos preços tem preocupado os bancos centrais e estes admitem tomar medidas para a travar.


A inflação nos EUA foi aumentando (vide gráfico supra) e a FED começou a implementar a sua política hawkish. Iniciou o tapering a 03/11/2021, com uma diminuição de compras mensais de 15B. Ajustou o tapering na reunião de 15/12/2021 e, na reunião de 26/01/2022, sinalizou uma subida das taxas de juro de referência na reunião de 16/03/2022. Em suma, após o fim do tapering a FED, provavelmente, vai subir a taxa de juro de referência na próxima reunião e em muitas das seguintes (mais 7 reuniões em 2022).


Irá subir, para já, 0,25% ou 0,5%? Será que o conflito entre Rússia e Ucrânia pode alterar este sentimento? Na minha opinião não!


Conforme pode observar no gráfico seguinte, desde junho de 2021 que o Dollar Index está a valorizar fruto da expetativa de futuras subidas de taxa de juro. Sim, os mercados “gostam” de expetativas.




Efeito da inflação nas Yields


O crescimento ou expetativas de crescimento de inflação reduzem a procura/interesse em compra de obrigações, reduzindo o seu valor, aumentando as suas yields. A mesma analogia aplica-se a resultados melhores do que esperado em relatórios económicos que aumentem o risco de inflação. De forma contrária a queda da inflação é normalmente favorável ao preço da obrigação e negativo para as yields.


Nos últimos meses assiste-se a uma subida generalizada nas yields, verificando-se uma yield aproximada de 2% nas obrigações a 10 anos nos EUA, quase 0,2% nas Bunds a 10 anos (estavam negativas no mês anterior) e aproximadamente de 1,16% nas yields portuguesas.


No gráfico seguinte pode analisar a subidas das obrigações a 10 anos nos EUA.




E o futuro?


Embora a inflação continue a aumentar, espera-se que ao longo deste ano se assista a uma estabilização dessa tendência.


Na Europa, a inflação em 2022 dependerá em grande medida dos custos da energia. A natureza intermitente das energias renováveis, tais como eólica, solar e hídrica, não responde cabalmente às constantes necessidades energéticas da economia, impulsionando os custos da eletricidade e, consequentemente, a inflação de preços no consumidor europeu"


O conflito entre Rússia e Ucrânia poderá criar ainda mais inflação e a procura de ativos safe haven.


Nos EUA, após o fim do tapering a FED, provavelmente, vai subir a taxa de juro de referência na próxima reunião e em muitas das seguintes (mais 7 reuniões em 2022).


Em caso de dúvida não faça nada, fique quieto e não invente.


É imperativo que defina a sua estratégia de investimento, a médio e longo prazo, com apoio profissional.


Eu não quero ter razão. O nosso ego de nada vale quando queremos investir nos mercados financeiros. Não podemos mudar o mercado, mas podemos mudar a nossa for de agir, a nossa forma de olhar para ele e a nossa estratégia de atuação. Para isso é imperativo investir em educação financeira.


Desejo-vos muitos sucessos e saúde.


Fernando Marques

Co-Founder at Income Markets



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