1. Introdução
Neste artigo pretendemos efetuar um resumo da importância de poupar bem, mas principalmente, investir melhor.
Abordamos conceitos de poupança, fundo de reserva e controlo de gastos. Posteriormente apresentamos a evolução da inflação e o ponto de situação das taxas de juro e montantes de novos depósitos com base na nota de informação estatística de maio de 2024 do Banco de Portugal.
Terminamos com a apresentação da evolução das rendibilidades do índice S&P 500.
2. O que é a poupança?
A poupança é o ato de reservar uma parte do seu rendimento para uso futuro, em vez de gastar tudo de imediato. Isso pode ser feito colocando dinheiro em contas específicas, como uma conta poupança bancária.
Poupança, controle de gastos e um fundo de emergência são pilares essenciais para uma vida financeira estável e segura.
A importância da poupança
A poupança é fundamental para alcançar estabilidade financeira e segurança no futuro. Ao poupar, preparamo-nos para imprevistos, evitamos endividamentos e construímos uma base para investimentos futuros.
Fundo de Emergência
Um fundo de emergência é uma reserva financeira destinada a cobrir despesas inesperadas, como reparações em casa, despesas médicas ou perda de emprego. Na minha opinião recomenda-se que este fundo seja suficiente para cobrir, no mínimo, 6 meses de despesas básicas.
Este fundo de emergência pode, e deve, estar investido. Porém, devem procurar produtos de risco muito baixo e elevada liquidez.
Controlar Gastos
Controlar gastos é essencial para uma poupança eficaz. Estratégias que podem adotar:
Orçamento: Crie um orçamento detalhado para acompanhar receitas e despesas. Isso ajuda a identificar áreas onde irá conseguir reduzir gastos e, principalmente, perceber onde está a gastar o seu rendimento;
Priorizar necessidades: Distinga entre necessidades e desejos, dando prioridade a gastos essenciais;
Redução de Despesas: Encontre formas de cortar gastos desnecessários, como reduzir subscrições mensais, comer fora menos frequentemente, ou procurar alternativas mais baratas para produtos e serviços.
3. Taxas de inflação referentes ao mês de junho de 2024
Zona euro
No mês de junho de 2024 a inflação homologa na zona Euro terá diminuído para 2.5%, inferior ao mês anterior (2.6%), em linha com a expetativa.
Inflação: 2.5%
Previsão: 2,5%
Mês anterior: 2.6%
O Core CPI homologo manteve-se nos 2.9% e foi ligeiramente superior à previsão de 2.8%.
Core CPI: 2.9%
Previsão: 2.8%
Mês anterior: 2.9%
Portugal
A taxa de inflação homologa terá diminuído para 2,8% em junho de 2024, taxa inferior em 0,3 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior.
Inflação: 2.8%
Mês anterior: 3.1%
O Core CPI homologo terá registado uma variação de 2,3% (2,7% no mês precedente).
Na figura seguinte apresenta-se as taxas de inflação atuais nas principais economias mundiais:
4. Taxas de juro e montantes de novos depósitos
Particulares
Segundo a informação estatística de maio de 2024 do Banco de Portugal, publicada a 04/07/2024, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo quinto mês consecutivo, passando de 2,75%, em abril, para 2,72% em maio.
O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 10.606 milhões de euros em maio, o que representa uma quebra de 39 milhões de euros em relação ao mês anterior.
À semelhança do que aconteceu em abril, o elevado volume de novas operações de depósitos foi determinado, em grande medida, pela reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, sem renovações automáticas, que atingiram a maturidade em maio.
Nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,04 pontos percentuais (pp), para 2,75%. Esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 96% dos novos depósitos em maio. A remuneração média dos novos depósitos a mais de 2 anos também diminuiu, de 2,01% para 1,97%. Pelo contrário, nos novos depósitos de 1 a 2 anos, a taxa de juro média aumentou 0,13 pp, de 2,03% para 2,16%.
Na figura seguinte apresenta-se a evolução das taxas de juro de novos depósitos de particulares, por prazo acordado
A taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,02 pp (uma queda inferior à verificada em Portugal), fixando-se em 3,09%. Portugal manteve a sua posição relativa perante os restantes países desse conjunto.
Empresas
A remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas passou de 3,39%, em abril, para 3,30% em maio, o que corresponde a uma diminuição de 0,09 pp.
As novas operações de depósitos totalizaram 7 575 milhões de euros em maio, menos 410 milhões do que no mês anterior. Os depósitos a prazo até 1 ano representaram, em maio, 99% dos novos depósitos a prazo de empresas.
5. Invista melhor
Poupar é o primeiro passo, mas investir em ativos de maior rentabilidade a médio e longo prazo é essencial para construir riqueza e alcançar objetivos financeiros. Uma abordagem equilibrada e diversificada, alinhada ao seu perfil de risco e objetivos, maximiza as suas hipóteses de sucesso financeiro.
Depois de constituido o seu fundo de reserva, que deve estar investido em produtos de risco muito baixo e elevada liquidez, deve procurar outras classes de ativos e pensar numa perspetiva de médio e longo prazo.
Na prática, se só investir em depósitos a prazo e semelhantes, a sua rendibilidade é insuficiente para fazer face à inflação.
Enquanto a maior parte dos investidores subscreve depósitos a prazo ou semelhantes o S&P 500, índice que representa as 500 maiores empresas de capital aberto nos Estados Unidos, fez um novo máximo histórico na 6.ª feira, 5 de julho de 2024. O NASDAQ Composite também fez um novo máximo histórico neste dia.
Rendibilidades do S&P 500:
+35,7% desde 27/10/2023 (mínimo última correção)
+59.5% desde 13/10/2022 (mínimo guerra Ucrânia)
+154,1% desde 23/03/2020 (mínimo COVID)
+ 735,4% desde 06/03/2009 (mínimo Subprime)
E você vai continuar a subscrer depósitos a prazo e perder dinheiro para a inflação? Ou Investir em ações, ou semelhantes, numa perspetiva de médio e longo prazo?
Obrigado.
Fernando Marques
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